No
centro da fuselagem do ônibus espacial encontra-se o compartimento
de cargas. Ele é frequentemente chamado de “payload
bay”, embora “cargo bay” seja o nome correto.
Isso porque ali são transportadas não apenas “cargas
úteis”, como experimentos, satélites, módulos
da ISS etc., mas também “cargas de apoio”
como os famosos FSE (Flight Support Equipment), placas adaptadoras
para transporte, que podem ser construídos pelo Brasil;
assim como módulos de transporte logístico, construídos
pela Itália, que vão e voltam da ISS, e outros
equipamentos de suporte. Ou seja, tais equipamentos não
contribuem diretamente para o trabalho feito pelas “cargas
úteis” (payloads), mas precisam ser consideradas
no peso da carga total do compartimento para a missão.
O
compartimento de cargas tem 4.5 metros de “diâmetro”
(não é bem de forma cilíndrica, mas dá
uma noção do volume) e 18 metros de comprimento.
Acho que dá praticamente para colocar um ônibus
comum dentro dele!
A
carga majoritária é colocada dentro do compartimento
quando o veículo está posicionado na plataforma
de lançamento. Durante a decolagem e subida, o compartimento
é mantido fechado. Porém, abrir o compartimento
de cargas é uma das primeiras tarefas em órbita.
Isso porque é necessário “livrar-se”
do calor acumulado durante a subida. O sistema de refrigeração
dos sistemas coleta calor dos equipamentos através de
um circuito de água que refrigera placas onde são
montados os equipamentos e também através de circulação
de ar. Depois, esse calor é transferido para um circuito
externo de freon que passa através de dois radiadores
instalados nas portas do compartimento de cargas. Quando as
portas são abertas, eles ficam expostos, como asas de
borboleta, e irradiam o calor para o ambiente.
Outra
coisa importante para a necessidade de abertura das portas é
a extensão da antena da banda KU, que fornece comunicação
de áudio, vídeo e dados, assim como a operação
do braço robótico para movimento das cargas e
astronautas em atividade extra-veicular.
As
portas ficam fechadas durante toda a missão no espaço,
sendo fechadas antes da reentrada.
Um
grande abraço,
Marcos
Pontes